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Apresentação

  Olá, FisioIntelectuais! Aqui você encontra conteúdos de atualização, aprimoramento de habilidades, interação entre profissionais e domínio entre teoria e prática na área de Fisioterapia Intensiva 🐵

Prevenção de Infecção na UTI e Tipos de Precaução

O fisioterapeuta intensivo atua diretamente na assistência dos pacientes por isso a necessidade do conhecimento sobre a prevenção à infecção.

Todo hospital respeita as rotinas desenvolvidas pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) que, além das normatizações, realiza um treinamento de educação continuada com toda equipe de saúde.

Formas de infecção cruzada:

  • Por contato direto: de um paciente (ou funcionário) para outro;
  • Por contato indireto: quando há um objeto ou dispositivo intermediário, ou mãos contaminadas;
  • Gotículas: geradas durante a tosse, o espirro e a fala (determinados procedimentos, como broncoscopia e aspiração). São lançadas pelo ar em curtas distâncias, < 1 m, diferente da transmissão por aerossóis;
  • Aérea: ocorre pelo núcleo da gotícula com micro-organismos ou poeira que permanecem longo tempo no ar.

Conceitos 

- Infecção Hospitalar: adquirida após a internação do paciente, que se manifesta durante a internação ou após a alta.

- Infecção comunitária: constatada em fase de incubação no ato da admissão do paciente, desde que não esteja relacionada com alguma internação anterior.

- Colonização: micro-organismos presentes no hospedeiro (interna ou externamente), sem interferir ou interagir, sem gerar sintomas.

- Flora residente: colonização com um micro-organismo existente por um longo período, que reside em baixos níveis na camada dérmica.

- Flora transitória: micro-organismos adquiridos recentemente e que são disseminados na pele ou em outro local em um período curto.

- Bacteremia: presença de bactéria na corrente sanguínea comprovada laboratorialmente.

- Fungemia: presença de fungos na corrente sanguínea comprovada laboratorialmente.

Tipos de precauções

Precauções padrão:

Indicadas para todos os pacientes independente do diagnóstico e estado imunológico, se for antecipado que se terá contato com sangue, secreções e excreções corporais, pele não integra e mucosas. Podem ser associadas às precauções com base na transmissão, o objetivo é proteger a equipe de saúde.

As precauções padrão consistem em:

- Lavagem das mãos: a Flora residente não é facilmente removível pela lavagem básica e escovação, mas pode ser inativada por antissépticos. A Flora transitória, por sua vez, é facilmente removível pela simples limpeza com água e sabão, ou destruída pela aplicação de antissépticos. 

A lavagem eficaz das mãos exige tempo e vigorosa fricção, com especial atenção para a parte abaixo das unhas e entre os dedos, onde há uma concentração maior de germes.

- Uso de luvas (não estéreis): "luvas de procedimento" são usadas se for antecipado contato com sangue, líquidos corporais, membranas mucosas, pele não integra e quaisquer itens que possam estar contaminados.

- Uso do álcool gel (70%): deve ser utilizado realizando uma fricção nas mãos por cerca de 30 segundos. Age por meio da lise celular e coagulação de proteínas, e elimina a flora transitória.

- Máscara, óculos e protetor facial: indicados nos procedimentos invasivos de vias respiratórias, como por exemplo, aspiração do tubo orotraqueal.

Os equipamentos: aqueles voltados para assistência aos pacientes devem ser manuseados com cuidado e sua reutilização em outro paciente deve ser precedida de limpeza e desinfecção.

Após o uso, vias de acesso e materiais perfurocortantes: devem ser transportados com cuidado e acondicionados de modo adequado em recipientes rígidos para prevenir acidentes e a transferência de microorganismos para o ambiente ou para outro paciente.

Lembrar sempre de realizar a desinfecção antes e após o uso do estetoscópio, como proteção individual.

Precauções de contato

Indicada para pacientes com infecção ou colonização por microorganismos com importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele-a-pele) ou indireto (contato com itens ambientais ou de uso do paciente). Consiste em:

- Quarto privativo, quando os pacientes estiverem acometidos pela mesma doença transmissível. Os pacientes que não deambulam não requerem quarto privativo, desde que as camas tenham uma distância maior do que 1 m entre elas.

- Uso de luvas: após o contato com material que contenha grande concentração de microorganismos (ex: sangue, fezes e secreções), as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. 

- Uso de capote: limpo, não estéril, quando entrar no quarto para ter contato com o paciente. Deve ser retirado antes da saída do quarto e deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais potencialmente contaminadas.

- Equipamentos: estetoscópio, esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível, devem ser usados somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção desse material é recomendada entre o uso em um e outro paciente.

Precauções respiratórias para gotículas

Indicadas para pacientes portadores de micro-organismos transmitidos por gotículas de tamanho superior a 5 um. Consiste em:

- Quarto privativo: pacientes com o mesmo agente etiológico, distância mínima de 1 m entre dois pacientes, a porta pode permanecer aberta.

- Máscara cirúrgica: utilizada quando houver aproximação em uma distância inferior a 1 metro. Por questões operacionais, as máscaras podem ser recomendadas para todas as vezes que o profissional entrar no quarto, incluindo visitantes e acompanhantes.

- Cuidado no transporte: o paciente deve usar máscara.

Precauções respiratórias com aerossóis

Indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovada por micro-organismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 um) que ficam suspensos no ar e que podem ser dispersados em longas distâncias. Consistem em:

- Quarto privativo que possua pressão de ar negativa em relação as áreas vizinhas, as portas devem ser mantidas fechadas.

- Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de filtração e boa vedação lateral, máscara N95. Indivíduos suscetíveis a sarampo e varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores destas infecções.

- O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles devem usar máscara cirúrgica.


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