Os ajustes de alarmes e de parâmetros ventilatórios devem ser individualizados e modulados de acordo com a doença e o estado do paciente desde a admissão até o desfecho clínico. Porém, segundo recomendações do Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, ao admitir um paciente ou após a IOT (intubação orotraqueal), alguns parâmetros podem ser considerados como base até que se estabeleça a monitorização de sinais vitais, exames sejam colhidos e plano terapêutico seja traçado.
Ao admitir qualquer paciente, recomenda-se utilizar a FiO2 (fração inspirada de oxigênio) em 100%, e assim que sair os primeiros resultados de gasometria arterial, esse valor deve ser ajustado para o menor possível com SpO2 entre 93 e 97%.
Preconiza-se o modo ventilatório de escolha inicial controlado a volume (VCV) ou a pressão (PCV) para garantir volume corrente (VC) de 6 mL/Kg de peso predito. Não é recomendado inicial a VM com modos espontâneos.
A frequência respiratória (FR) deve ser programada entre 12 e 16, pois é a faixa de valor de FR fisiológica de uma pessoa em repouso. Contudo, esses valores devem ser modulados após os resultados da gasometria arterial para evitar hipercapnia ou hipocapnia.
A sensibilidade deve ser ajustada para evitar auto-disparo, geralmente esse valor fica entre 2 e 3.
A PEEP (pressão expiratória positiva final) deve ser ajustada entre 3 e 5 cmH2O. Porém, em situações específicas (como SDRA e Covid-19) esse valor inicial pode ser maior.
Sempre utilizar umidificadores e aquecedores de ar, seja de maneira ativa ou passiva.
Após 30 minutos dos ajustes iniciais, é recomendada a coleta de um exame de gasometria arterial e proceder com os ajustes necessários levando em conta a fisiologia e o mecanismo fisiopatológico do distúrbio que motivou a necessidade de VM e as doenças associadas.
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