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A prona consiste no posicionamento em decúbito ventral, com o objetivo de distribuir mais uniformemente o estresse e a tensão pulmonar. Seus efeitos envolvem:
- melhora da ventilação/perfusão (V/Q) e mecânica pulmonar;
- redução do tempo de ventilação mecânica;
- diminuição da taxa de mortalidade
Em pacientes graves, como os diagnosticados com COVID-19, que cursam com hipoxemia grave (PaO2/FiO2 < 150 mmHg) recomenda-se a posição prona precoce (nas primeiras 24 a 48h de ventilação mecânica).
O tempo em prona deve ser no mínimo 16 horas, podendo se estender até 20 horas. Porém, após 1h em prona deve-se colher um exame de gasometria arterial para avaliar se o paciente responde ou não ao posicionamento. Essa avaliação é feita da seguinte forma:
- pacientes respondedores: se houver aumento de 20 mmHg na relação PaO2/FiO2 pré prona, deve-se manter em prona;
- pacientes não respondedores: quando não há melhora significativa nos parâmetros gasométricos, retornar para posição supina e reavaliar após 6 horas.
TÉCNICA
- Pausar dieta pelo menos 30 minutos antes;
- Realizar aspiração;
- Pré-oxigenar com FiO2 a 100% pelo menos 10 minutos antes;
- Verificar e anotar número do tubo orotraqueal (TOT), rima labial e cuff;
- Colocar um lençol esticado e aberto embaixo do paciente (de preferência lençóis de tecido mais grosso ou usar 2 lençóis para evitar que rasgue);
- Fixar todos os dispositivos ao corpo do paciente (drenos, sondas, monitorização pressórica e cardíaca);
- Proteger os olhos, mamilos e áreas de proeminências ósseas (pode ser usado gaze com fita ou placas de hidrocolóide);
- Posicionar os coxins do tórax e do quadril;
- Colocar um lençol aberto e esticado por cima dos coxins, cobrindo todo o paciente (de preferência lençóis de tecido mais grosso ou usar 2 lençóis para evitar que rasgue);
- Deixar a cama a 0°;
- Posicionar a equipe para o giro: médico na cabeceira segurando a cabeça e o TOT e comandando todo o giro, enfermagem e fisioterapia posicionada ao lado do paciente (de preferência 3 ou 4 profissionais de cada lado);
- Realizar a técnica do envelope: consiste em enrolar o lençol de cima com o lençol que está sob o paciente;
- Realizar o giro em 3 momentos: 1 - deslocar o paciente para o lado contrário ao do ventilador mecânico, 2 - posicionar o paciente em 90º em relação a cama, 3 - trocar as mãos (quem está segurando o rolo do envelope na parte superior troca com quem segura embaixo, uma mão por vez) e posicionar em decúbito ventral;
- Colocar o coxim da cabeça, checar a posição do TOT e cuff, aspirar se necessário;
- Elevar a cabeceira 30º e posicionar a cama em tredelemburg invertido.
Observação: além da equipe que realiza a técnica, é necessário que uma pessoa (geralmente enfermeiro (a)) fique responsável pela verificação de todo o procedimento por meio de um checklist. Durante todo o procedimento o carrinho de parada deve estar posicionado próximo ao leito.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Photograph-of-reverse-Trendelenburg-prone-positioning-Maximal-reverse-Trendelenburg_fig1_51684149
POSICIONAMENTO:
Para colocar o paciente em prona, toda a equipe é mobilizada. A enfermagem realiza a fixação de todos os dispositivos ligados ao paciente por meio de um checklist. O fisioterapeuta confecciona e adapta os coxins, além da checagem do cuff e dos parâmetros ventilatórios. Os coxins devem ser posicionados na região do tórax, pelve e cabeça, de forma a possibilitar a movimentação livre do abdome durante a respiração. As áreas de proeminências ósseas (como joelhos, espinhas ilíacas), mamilos, mento e olhos devem ser protegidos para prevenir lesões por pressão.
Durante a prona, deve-se trocar a "posição do nadador" (cabeça virada para o mesmo lado da mão como na imagem abaixo) a cada 2h.
Fonte: Scielo - Checklist da prona segura (https://www.scielo.br/j/rbti/a/MMqL3GT45ydGVYJXKtgVLkb/?lang=pt)
SUPINAÇÃO
Para retornar o paciente em decúbito dorsal (supino) deve-se realizar o mesmo procedimento de avaliação, checagem, fixação dos dispositivos e técnica do envelope. No momento do giro, levar o paciente para o mesmo lado do ventilador, depois alinhar a 90º, fazer a troca de mãos e, por fim, posicionar em supino. Em seguida, retirar os coxins, fixar os dispositivos e a monitorização de sinais vitais de forma habitual, checar posição do TOT, cuff e realizar aspiração se necessário.
Em suma, o que difere a técnica de supinação em relação a pronação, é a movimentação inicial do paciente que deve ser feita par o mesmo lado do ventilador e depois completar o giro.
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Perfeito o conteúdo.
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